10 motivos para ler O Nome do Vento, de Patrick Rothfuss
Uns dos meus livros preferidos da vida, são os que compõem a trilogia As Crônicas do Matador do Rei, cujo primeiro livro é “O Nome do Vento”, o segundo é “O Temor do Sábio” e o terceiro ainda não saiu… (estamos aí na espera desde 2011). Para você que gosta de fantasia (e para você que quer gostar), eu trouxe 10 motivos para você ler ao menos o primeiro livro, que é IN-CRÍ-VEL!
Antes de ler os motivos, confira a sinopse:
Ninguém sabe ao certo quem é o herói ou o vilão desse fascinante universo criado por Patrick Rothfuss. Na realidade, essas duas figuras se concentram em Kote, um homem enigmático que se esconde sob a identidade de proprietário da hospedaria Marco do Percurso. Pouco a pouco, a história de Kote vai sendo revelada, assim como sua multifacetada personalidade – notório mago, esmerado ladrão, amante viril, herói salvador, músico magistral, assassino infame. Nesta provocante narrativa, o leitor é transportado para um mundo fantástico, repleto de mitos e seres fabulosos, heróis e vilões, ladrões e trovadores, amor e ódio, paixão e vingança.
Alerta de spoilers!
- Kvothe é o melhor protagonista que você pode imaginar
O Kvothe é um protagonista com uma personalidade comum, cativante, que está sempre lutando pelo que deseja. É um personagem muito bem construído, você basicamente acompanha o crescimento e a evolução dele e se apega de uma forma… Fora isso, ainda há a questão dos infindáveis mistérios sobre o Kvothe, que só descobrirei no último livro. Tanto o Kvothe quanto o enredo, são uma soma de algo que te envolve de uma maneira que só lendo para entender!
- A história se passa em um mundo totalmente novo
O espaço é outro mundo, como a Terra-média, mas a questão é que esse mundo não é nomeado. E o que você encontrará de fantástico nesse mundo? Bom, nele as pessoas capacitadas podem chamar o nome das coisas: do vento, da água, do fogo, das pedras, do ferro… Kvothe é extremamente apto para chamar o nome do vento, mas é claro que ele tentará chamar o nome de todos os elementos possíveis. Há também os encantados, como o Chandriano, o Bash, a Feluriana (que seduz homens e “usa-os” até matá-los – será que o Kvothe já parou nas mãos dela?), que são seres realmente diferentes do que os personagens comuns e, tecnicamente humanos, estão acostumados a conviver, passando muitas vezes como meras lendas. É um mundo bastante interessante.
- A fantasia é natural, sutil
Por conta de os encantados serem vistos muitas vezes como lendas, acaba que a fantasia fica um pouco escondida aos olhos comuns. A possibilidade de chamar o nome das coisas é uma questão bem limitada também, uma vez que somente quem vai para a Universidade pode aprender isso (e ainda é bem limitado). Sendo assim, a fantasia acaba sendo muito sutil, afinal, poucos são como O Grande Taborlin (que sabia o nome de todas as coisas).
- Denna, ou você ama, ou você odeia
Claro que o bom e velho romance não poderia faltar! A amada de Kvothe, Denna, é uma personagem um tanto quanto misteriosa também. A personalidade dela é bastante impenetrável, é difícil saber se ela é do bem, se ela é do mal, se ela é interesseira ou se ela realmente gosta do Kvothe. É bem difícil saber. Por isso mesmo você acaba ou gostando muito dela, ou odiando, e eu acho isso incrível. Eu gosto da Denna.
- Há uma Universidade, e nela há um hospício
Sim, há uma Universidade no mundo. É praticamente uma cidade e você precisa pagar para estudar lá. Como o Kvothe é extremamente pobre, é simplesmente incrível acompanhar como ele consegue ingressar na Universidade. Lá as pessoas aprendem todo o tipo de coisa (é tipo Hogwarts, mas não exatamente). Como muitos alunos ficam loucos de tanto estudar, há já um hospício nas instalações da Universidade, para que eles fiquem internados lá. O único que pode sair do hospício é o professor Elodin, que é o meu personagem secundário preferido. Ele é louco, mas continua dando aulas e… adivinhe? Ele dá as aulas que o Kvothe mais deseja fazer: A de chamar o nome das coisas. Outra personagem que não posso deixar de comentar sobre, é a Auri. Provavelmente uma ex-aluna, Auri vive nos esgotos da Universidade e cria uma amizade tão linda com o Kvothe… é literalmente mágico.
- Os personagens são incrivelmente bem construídos
Cada personagem é único. Se você gosta de perceber um trabalho árduo do autor no desenvolvimento de cada personagem, você vai amar O Nome do Vento. Como exemplo, temos o Ambrose, que é o inimigo de Kvothe na Universidade, a Auri, a Feila… Gente, são todos personagens que, se explorados, poderiam ter um aprofundamento psicológico naturalmente.
- Há muita música, muita arte, muita mágica!
Kvothe tem um laço muito forte com a música, ele toca alaúde desde criança. Seu pai era um incrível músico também, afinal eles eram Edena Ruh (pessoal de circo), então Kvothe sempre esteve rodeado de arte e, ao chegar na Universidade, o sonho dele é conquistar o broche para poder tocar nas tabernas da cidade vizinha. Quando ele vai tentar conquistar isso… são 20 páginas para descrever a cena, é MUITO emocionante.
- Se prepare para sofrer, mas também para comemorar!
Esteja preparado, porque o Kvothe sofre muito em O Nome do Vento. Acontece uma tragédia logo no início da história, ele vive por anos como menino de rua, por não ter um tostão, ele é muito rechaçado na Universidade… Mas, quando ele tem suas conquistas, quando ele faz algo incrivelmente foda, te dá uma felicidade tão grande e uma sensação de conquista.
- Não se preocupe mais somente com o seu dinheiro
Se você pensava que nunca seria possível se preocupar com a situação financeira de um personagem, isso será mudado em O Nome do Vento. Kvothe é muito pobre, então está sempre contando as moedinhas e te atualizando de quanto dinheiro ele tem, quanto ele precisa, como as coisas são impossíveis porque ele não tem dinheiro… Logo, você passa a se preocupar com o dinheiro dele também, é muito engraçado isso.
- É o melhor livro
Você pode gostar muito de J.R.R. Tolkien, G.R.R Martin, Brandon Sanderson ou qualquer escritor conhecido de ficção fantástica, mas quando você ler essa incrível obra de Patrick Rothfuss, você vai sentir algo completamente diferente. A catarse que O Nome do Vento provoca é tão forte durante e depois da leitura, que é IMPOSSÍVEL não se sentir tocado por essa história. Você nunca esquecerá a experiência, é uma história maravilhosa, com um espaço e um enredo maravilhoso, cheio de oscilações de clímax, com personagens cativantes, um protagonista maravilhoso… É inegável: essa é uma das melhores histórias que você poderá ler na sua vida.
E aí, ficou interessado? Mas prepare-se, porque o primeiro livro passa das 600 páginas, o segundo tem 960 e o terceiro é um mistério, porque o autor não está com muita pressa. Há também o spin-off “A Música do Silêncio”, que conta um pouco mais sobre a personagem Auri. E o conto “The Lightning Tree”, na coletânea “Rogues” (traduzida como “Príncipe de Westeros”).
Adorei esta explanação, pois o livro é tudo isso e muito mais. Estou lendo pela segunda vez, algo que dificilmente eu fiz na minha vida e olha que em matéria de leitura eu posso dizer que li muito!
Hum, o que mais me atrai no livro, além de tudo que citou, é a escrita limpa, sem precisar apelar com palavroes e cenas picantes, o que limitaria a leitura do público mais jovem.
Parabéns pelo artigo!
Jesus quase mil páginas?
Cheio de spoiler aqui hein? Avisa antes pow..