“O que deixamos para trás”: 7º episódio de The Last Of Us

Cássio de Miranda

Estamos diante do 7º episódio de The Last Of Us e as coisas estão passando de uma maneira avassaladora, mesmo com a importante quebra de ritmo que aconteceu nos últimos dois capítulos. Se você não sabe, estamos analisando todos os ep’s de The Last Of Us e você pode fazer a leitura do último post através do link disponível abaixo:

EP 6 de The Last Of Us: Reencontros e despedidas no episódio 6 de The Last Of Us

O episódio O que deixamos para trás de The Last Of Us começa com Ellie tentando, a todo custo, salvar Joel da facada que ele sofreu em um confronto com os transeuntes da Universidade. O sofrimento e a falta de esperança é claro e evidente na face de Joel, deitado em um porão de uma casa desconhecida. Fica claro que a ideia de impotência e fraqueza que ele observara antes da saída da cidade de Jackson se confirmou e a única coisa que lhe resta é pedir que Ellie siga em frente em sua missão.

É assim, subindo as escadas daquela casa e ganhando um fôlego em sua própria história, que vemos ser aberto um portal para conhecermos, enfim, um pouco mais sobre Ellie enquanto ser humano. Conhecemos Ellie e a sua rebeldia adolescente que foi em muito baseada na amizade com a Riley, pessoa mais próxima dela antes do Joel. Ambas são parecidas em muitas coisas e suas motivações só são interrompidas quando Ellie descobre que Riley entrou para os vagalumes.

The Last Of us: Somos levados à história pregressa de Ellie com Riley, ainda na zona de quarentena. (Imagem: HBO/Reprodução)

Quando Ellie encontra Riley após meses distante da amiga, chegando até a achar que ela poderia ter falecido, Ellie é surpreendida por um convite para um momento especial com a amiga. Vagando pelos becos escuros da zona de quarentena até chegarem a acessar um prédio, as amigas encontram um homem que provavelmente suicidou-se com remédios e um conhaque, aparentemente. Diante da morte, Ellie e Riley sorri, mostrando que existe um novo normal em um mundo pós-apocaliptíco.

Depois disso, é no shopping, um lugar totalmente desconhecido por Ellie, que conhecemos a sua ingenuidade e o seu fascínio por descobrir o novo. Uma simples escada rolante é motivo de festa e empolgação por parte de uma Ellie que passou por momentos dificílimos, mas cá entre nós, é uma criança sozinha no mundo. É ali, em Riley, que ela tenta se agarrar para continuar viva emocionalmente. E é isso que acaba derrubando-a, ao descobrir que Riley irá para outra zona de quarentena e produzira bombas que estão sendo armazenadas por ela ali no shopping. A Ellie já tinha motivos suficientes para entender que a revolta da amiga é tola.

Pouco antes, vemos uma forte crítica no roteiro de The Last Of Us às ações humanas, quando Ellie se espanta ao descobrir que uma das lojas de tênis foi totalmente saqueada e a de sabonete não, mesmo após décadas do início do “apocalipse”. É também no carrossel que entendemos um pouco mais das ações da Riley e o que o futuro reservaria para ela na Fedra, caso não tomasse a decisão de entrar para os vagalumes.

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The Last Of us: Ellie e Riley aproveitam os seus últimos momentos juntas. (Imagem: HBO/Reprodução)

Ellie descobre os planos de Riley e os vagalumes e toma a ação semelhante ao que tomara no início do episódio, com Joel, até ser chamada a atenção novamente e volta ao encontro de Riley. Ali ela entende que nem sempre tem o que quer ou da forma que precisa. Entende que diante das individualidades de um ser humano diferente de si, precisa aceitar o destino do outro. É ali que Ellie também entende os seus próprios sentimentos, quando enfim beija a sua amiga, depois de muito pensar sobre si mesma. Um instante de carinho que resulta até no aceite de Riley em ficar ali, com Ellie, até serem interrompidas por um infectado.

A batalha não é longa, embora ambas tenha sido atacadas, e é quando o infectado está sobre Riley que Ellie o acerta na cabeça, com o ódio que será necessário, no futuro, para a própria Ellie seguir o seu caminho, sozinha. Diante da alegria da vitória, ambas percebem que foram mordidas e o futuro não é nada agradável. A história de ambas terminam assim, com a resolução de morrerem sozinhas, mesmo nós sabemos da imunidade da Ellie e da provável morte de Riley pelas mãos da própria companheira.

E é com essa despedida que certamente vem à memória de Ellie que ela decide não abrir mão do seu companheiro de jornada, e então consegue costurar e cuidas de suas feridas. Ellie não abre mão, pelo contrário, oferece-a para protegê-lo e dar-lhe o tempo necessário para que Joel consiga, quem sabe, seguir em frente.


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