Leonir Kobs
Verônica Daniel Kobs
A obra de João Guimarães Rosa (1908-1967) sempre é reverenciada por valorizar a geografia e a natureza. Juntas, essas características representam o sertão mineiro em toda sua riqueza: animal, vegetal e mineral — e, neste ensaio, privilegiaremos o romance Grande sertão: veredas, lançado em 1956, além de comentarmos trechos brevíssimos de Sagarana e A boiada, publicados em 1946 e 1952, respectivamente.
Entretanto, embora privilegie a literatura, este texto propõe uma ecfráse às avessas, ao associar a prosa roseana à fotografia, na tentativa de oferecer uma possibilidade interpretativa (entre muitas) para as incontáveis imagens mentais que podem ser suscitadas a partir de uma única passagem literária. Nesse sentido, a relação entre Literatura e Fotografia proporciona um novo olhar sobre a natureza, a fim de reinterpretar as cenas da vida cotidiana. Conforme Susan Sontag: “[…] a insaciabilidade do olho que fotografa altera as condições do […] nosso mundo. Ao nos ensinar um novo código visual, as fotos modificam e ampliam nossas ideias sobre o que vale a pena olhar […]” (Sontag, 2004, p. 8).
Sob a perspectiva da Intermidialidade, a mídia fotográfica — arte visual, imagética e espacial — serve de contraponto para a temporalidade e a abstração da literatura, uma arte que é verbal e escrita. Em outras palavras, o caráter espacial e descritivo da fotografia vai nos permitir uma proximidade maior das histórias de Guimarães Rosa, afinal, como sabemos, trata-se de uma obra inclassificável, que a historiografia literária vincula ao terceiro momento modernista, junto com outros autores plurais e que não admitem rótulos, como João Cabral de Melo Neto e Clarice Lispector. Diante dessa complexidade, boa parte da crítica considera Guimarães Rosa um pós-modernista. Na verdade, a nomenclatura não importa. O importante mesmo é perceber que esse autor estava à frente de seu tempo e, nas décadas de 1940 e 1950, já escrevia textos que, trinta anos depois, iriam ser revisitados, sob a perspectiva da Ecocrítica.
Quando Guimarães Rosa publicou Grande sertão: veredas, a Ecologia já existia há quase um século. O termo foi proposto em 1866, pelo biólogo alemão Ernst Haeckel. No entanto, a Ecocrítica só foi instituída em 1978, pelo norte-americano William Rueckert. Adotando uma perspectiva interdisciplinar, Rueckert passou a analisar a Ecologia dentro da Literatura, o que ressaltou ainda mais o aspecto social da arte literária. Aliás, isso nunca deixou de ser uma preocupação da literatura e chegou até mesmo a definir os princípios dos múltiplos modernismos, no Brasil. No movimento paulista, desde a primeira fase a ideia era deselitizar a arte e, nesse ponto, a oralidade prestou um valioso serviço. Porém, foi na segunda fase, com o romance de 1930 — também chamado “regionalista” — que o espaço ganhou vez e assumiu uma voz marcadamente política.
Já no terceiro momento modernista, normalmente situado entre 1945 e os anos 1970, os caminhos divergem, mas o espaço continua lá: determinando a trajetória dos protagonistas, na obra de João Cabral; realçando a inadequação e as epifanias nos textos de Clarice; ou dividindo a cena com os personagens de Guimarães Rosa, seja como coadjuvante ou como antagonista. Nessa mesma época, muito se falava da associação entre Europeísmo e o que depois viria a ser chamado de “especismo” pelo estudioso britânico Richard Ryder. Nas palavras do ativista Antonio Donato Nobre, trata-se de “um desastre cognitivo”, caracterizado pelo “divórcio entre a chamada mente racional […] e a cognição ampla, intuitiva, holística, integrativa” (Cypriano, 2020).
É claro que isso exigia um posicionamento de Guimarães Rosa, que, além de escritor, era diplomata, cônsul, adepto da Ecologia e amante da natureza. Apesar de ter viajado o mundo todo e de ter morado no Brasil (em Minas Gerais e no Rio de Janeiro), na França, Alemanha e Colômbia, Rosa nunca abandonou suas origens. Com olhar atento e contemplativo, ele participava de expedições pelo Sertão e pelo Pantanal. Sim, a vocação diplomática garantia que o autor sempre valorizasse a alteridade, as relações entre os seres e desses seres com o mundo. Atualmente, outros escritores demonstram essa mesma preocupação. Um exemplo é Ailton Krenak, que, em conversa com Juremir Machado da Silva, apresentou uma de suas Ideias para adiar o fim do mundo:
Tanto a humanidade europeia quanto as sub-humanidades projetadas ignoram que existem milhões de outros seres que nos fazem companhia. Alguns deles são muito sutis como um colibri ou uma borboleta. Outros têm a virulência de um covid. Eles estão aí. Não estamos sozinhos neste universo. (Silva, 2020)
Tendo plena consciência dessa integração, Rosa fez com que seus narradores e personagens não apenas fossem parte de histórias precursoras, no que se refere à Ecocrítica, como também ensaiassem momentos de maior empatia e proximidade entre homens e animais. Em uma brevíssima passagem do conto “São Marcos”, há referência ao “meu-xará joão-de-barro” (Rosa, 1984, p. 241). Felizmente, a prosa roseana está repleta de trechos como esse, de modo a consolidar, na literatura, um comportamento que familiares, amigos e fãs do escritor mineiro conheciam muito bem. Aliás, esse respeito extremo de Rosa pela natureza foi assunto da conversa dele com Pedro Bloch, no início dos anos 1960: “Cada pássaro que voa, cada espécie, tem voo diferente. Quero descobrir o que caracteriza o voo de cada pássaro, em cada momento. Não há nada igual neste mundo” (Bloch, 1963, n. p.).
A particularidade e a diferenciação demonstram a perspectiva sui generis do autor, quando o assunto era a relação do homem com as outras espécies. Na literatura, isso se concretiza por meio de enumerações como esta, que marca o início de Grande sertão: veredas: “Assovios que fechavam o dia: o papa-banana, o azulejo, a garricha-do-brejo, o suiriri, o sabiá-ponga, o grunhatá-do-coqueiro” (Rosa, 1986, p.19-20). O narrador simplesmente recusa a generalização, para citar, um a um, os cantos e piados de algumas aves vespertinas (Fig. 1).
Isso contraria o senso comum, que tende a generalizar aves, plantas e pedras, sem dar atenção aos detalhes que as particularizam. Afinal, toda e qualquer identidade só é estabelecida a partir das diferenças. Portanto, obedecendo a esse preceito, a literatura de Guimarães Rosa obriga o leitor a tirar a venda e olhar o mundo com mais nitidez e curiosidade. É uma ação que tenta neutralizar o que alguns estudiosos denominam de “cegueira”, remetendo “ao fato de as pessoas apresentarem, em geral, pouca percepção” sobre o mundo à sua volta (Ursi et al., 2018, p. 13).
De fato, na experiência cotidiana, há pouco tempo para observar e sentir a natureza. Por isso, as fotos e os textos literários apresentados neste ensaio desautomatizam nossa percepção e, por meio da arte, fazem com que a trivialidade se torne especial. No caso específico da fotografia, mostra-se um “tipo de beleza que só a câmera revela, […] que o olho não enxerga normalmente ou não consegue isolar”. É a “vida de todos os dias exaltada em apoteose […]” (Sontag, 2004, p. 54).
Na obra de Guimarães Rosa, a paisagem — incluindo a terra, a água e o ar; o sertão e as veredas; as plantas, as pedras e os animais — ultrapassa a função de cenário. Dessa forma, o espaço existe com os personagens (e não para eles). Isso inverte a pirâmide, a fim de privilegiar a ecomimese, fenômeno capaz de fazer com que o leitor vislumbre o ambiente em primeiro lugar (Morton, 2009, p. 33). As pessoas não são o que mais importa e essa nova mentalidade adianta o que, cerca de duas décadas depois do lançamento de Grande sertão: veredas, viria a ser a base da Ecocrítica, pelo fato de incentivar um deslocamento do humano para o ambiental (Kern, 2000, p. 18).
Usando o mesmo artifício demonstrado anteriormente, o narrador de A boiada enumera os pássaros do dia, separando-os em duas categorias: diurnos e noturnos: “Cantores matinais: o canarinho é muito madrugador; papa-capim; pássaro-preto. Um gavião-pinhé. Ontem à noite: duas ou três corujas, se raspando na estrada” (Rosa, 2011, p. 31) (Fig. 2).
Por meio dessa percepção diferenciada, os personagens e narradores roseanos falam ao leitor sobre a necessidade de as pessoas se reconhecerem como uma parte ínfima desse vasto mundo drummondiano. No entanto, essa vastidão não é uma prerrogativa do cenário mundial. Ela também se consolida no território nacional e até mesmo dentro da sub-região do sertão. Isso porque, incluindo Cordisburgo, que é a cidade natal de Guimarães Rosa, o sertão mineiro é formado por mais de cem municípios. Sem dúvida, isso assinala a diversidade, a diferença e ressalta a importância da observação do mundo como espaço de convívio, influências e compartilhamentos.
Em Grande sertão, Rosa combina narração e descrição. A história é interrompida para que seja apresentada uma variedade de plantas, animais e as peculiaridades do clima da região. Esse tipo de corte redefine o ritmo e direciona o “olhar” do leitor para outras paragens, abrindo veredas que suavizam o “peso” da história. Por outro lado, esse processo ajuda a consolidar o enredo, já que os detalhes do espaço possibilitam a contextualização daquilo que está sendo contado e, assim, o texto literário adquire um caráter mais imersivo.
Nos textos do autor mineiro, essas digressões descritivas são inúmeras, embora variem no tamanho ou na duração, como demostram estes exemplos (um curto e um longo), ambos protagonizados por pássaros: “Mas, nas árvores, pica-pau bate e grita” (Rosa, 1986, p. 408) (Fig. 3). “Arrepio que fuxicava as folhagens ali, e ia, lá adiante longe, na baixada do rio, balançar esfiapado o pendão branco das canabravas. Por lá, nas beiras, cantava era o joão-pobre, pardo, banhador” (Rosa, 1986, p. 408) (Fig. 4).
Embora as fotos usadas neste ensaio não sejam adaptações da prosa roseana, percebem-se as coincidências nas ideologias que definem ambas as artes — a literária e a imagética. Susan Sontag defende que fotografar “é apropriar-se da coisa fotografada. Significa pôr a si mesmo em determinada relação com o mundo […]” (Sontag, 2004, p. 8). Além disso, para a crítica novaiorquina, “a fotografia proporciona um sistema especial de revelação: que nos mostra a realidade como não a víamos antes” (Sontag, 2004, p. 69, grifo no original). Pois bem! A literatura de Guimarães Rosa parece seguir essa mesma gramática, já que isso é uma prerrogativa de todas as artes. Diferente de um texto informativo, o discurso artístico transforma a regra em exceção. Portanto, usar a arte para “mostrar algo, seja o que for, é mostrar que isso está oculto” (Sontag, 2004, p. 70).
Nesse processo, a estética é determinante. Usando imagens ou palavras, os autores devem definir como mostrar e o que mostrar, pois esses elementos ajudam a definir a história que será contada. Considerando essas questões, outro trânsito bastante comum na obra de Guimarães Rosa refere-se a dois registros diferentes: uma linguagem simples e objetiva; e a linguagem poética, que abusa de metáforas, aliterações, assonâncias, hipérbatos, paronomásias… Muitos desses recursos esbarram-se na brevíssima descrição de João-Pobre, citada anteriormente: a) a sinestesia combina o arrepio com o fuxico; b) as assonâncias das letras a e i constroem um ritmo alternado e rico, com subtons marcados pelas nasalizações; e c) a economia linguística e o hipérbato realçam o fato de que quem “cantava era o joão-pobre”.
Nessas combinações em sequência — entre narração e descrição, entre prosa e poesia —, os textos do autor fazem com que os “ambientes sociais e naturais sejam reconhecidos como inseparáveis” (Gifford, 2009, p. 255). Portanto, ocorre uma espécie de simbiose entre o homem e outros animais. Aos leitores, é um convite para tentar entender e conhecer o cotidiano da natureza, em um exercício contemplativo e de integração.
Em seu dia a dia, Rosa perscrutava, observava e anotava tudo o que podia sobre as características e os hábitos dos animais, principalmente das aves. Os fãs e os biógrafos citam incessantemente o valor das cartas e dos cadernos de anotações do escritor mineiro. Ao amigo Josué Montello, Guimarães Rosa caprichava nas descrições, as quais, posteriormente, eram usadas em seus livros: “As garças é que praziam de gritar, o garcejo delas, e o socó-boi range cincerros, e o socó latindo sucinto. Aí pelo mato das pindaíbas avante, tudo era um sapal. Coquexavam. De tão bobas tristezas, a gente se ria, no friinho de entrechuvas” (Rosa, 1986, p. 257). Nesse trecho, a paronomásia surge plena no “garcejo” das garças e, enquanto as assonâncias se mantêm, a aliteração do r também dá o ar da graça, “no friinho de entrechuvas” ou quando “o socó-boi range cincerros” (Fig. 5).
Embora os sapos não sejam citados literalmente, há referências a eles quando tudo é descrito como um imenso terreno alagadiço (nas palavras do narrador: “um sapal”). Além disso, como essa passagem é essencialmente sonora, porque as aves gritam, rangem e latem, o verbo “coquexavam” não pode passar despercebido. Essa palavra combina o verbo coquear (mascar ou grunhir) com o verbo coaxar (outra menção honrosa aos sapos!). Outro detalhe curioso é que alguns estudiosos também relacionam o verbo “coquexavam” com cochichar…
Usando um processo similar à ecfráse, em que se descreve o que se vê, Rosa tentava registrar, por meio de palavras, também os cantos e barulhos que ouvia, usando onomatopeias. Vale lembrar que essa figura de linguagem foi usada para batizar diversas espécies de pássaros, a exemplo do Bem-Te-Vi, do Neinei, do Coró-Coró e do Quero-Quero (que, nos textos roseanos, é chamado de Quem-Quem). No entanto, no conto “São Marcos” (de Sagarana) e em Grande sertão: veredas, as onomatopeias cumprem a função de aumentar a verossimilhança e o efeito imersivo, além de perpetuar a oralidade, que tanto influenciou a literatura de Guimarães Rosa: “[…] flotilha de marrecos, que grasnaram: — Quaquaracuac!” (Rosa, 1984, p. 261). “Um pássaro cantou. Nhambu? E periquitos, bandos, passavam voando por cima de nós. Não me esqueci de nada, o senhor vê. Aquele menino, como eu ia poder deslembrar? Um papagaio vermelho: ‘—Arara for?’ — ele me disse. E — quê-quê-quê? – o araçari perguntava” (Rosa, 1986, p. 104-105) (Fig. 6).
Em textos que alternam narração e descrição, o leitor de Guimarães Rosa é obrigado a olhar em volta e a perceber a superioridade da natureza. Esse é o objetivo central do que hoje conhecemos como Ecocrítica. Contudo, para se atingir essa meta, a focalização deve privilegiar determinado ângulo. Por isso, destaca-se o overview effect (ou efeito de olhar de cima), perspectiva em que o elemento humano surge pequeno, assimilado e dominado pelo mundo, que, na prosa roseana, é sempre o “grande sertão”. Na fotografia, também existe o recurso chamado “visão de cima” (Sontag, 2004, p. 54), e a função é idêntica: enaltecer o que é fotografado e relativizar a importância daquilo que não aparece na imagem. Afinal, a natureza não se resume ao homem.
Hoje em dia, a Ecologia não é mais uma questão de consciência e cuidado com o meio ambiente. Implica sobrevivência e autopreservação. Nas palavras de Isabelle Stengers: “[…] não se luta contra Gaia. Até mesmo falar de uma luta contra o aquecimento global é inapropriado – se é importante lutar, a luta é contra o que provocou Gaia, não contra sua resposta” (Stengers, 2015, p. 59). Portanto, a luta deve ser contra nós mesmos e contra tudo o que nega a interconectividade, que é um princípio ecológico vital (Slovic; Yang, 2010, p. 111). No século XIX, Charles Darwin já chamava atenção para essa cadeia de relações:
Em 1837, no primeiro de muitos cadernos de notas […], Darwin esboçou o desenho de uma árvore da vida. Sua forma muito ramificada, tão arquetípica e poderosa, refletia o equilíbrio entre evolução e extinção. Darwin sempre enfatizou a continuidade da vida, o quanto todos os seres vivos descendem de um ancestral comum e como, nesse sentido, somos todos ligados por parentesco. (Sacks, 2009)
Hoje, quase dois séculos depois, as palavras do passado ainda ressoam no discurso do líder indígena, escritor, filósofo e ambientalista Ailton Krenak: “A vida é a mesma em mim, em você, numa lagarta, numa borboleta, num dinossauro, num rinoceronte” (Silva, 2020).
Portanto, caro leitor, convidamos você a deixar seu local de fala, ficar em silêncio por alguns instantes e assumir um novo lugar — de observação e escuta —, para “ouvir gavião guinchar ou as tantas seriemas que chungavam, e avistar as grandes emas e os veados correndo, entrando e saindo até dos velhos currais de ajuntar gado, em rancharias sem morador […]” (Rosa, 1986, p. 275) (Figs. 7, 8 e 9).
Encerramos este ensaio homenageando “não o doutor, mas o vaqueiro Guimarães Rosa” [2], que não se contentava em descrever os pássaros. Ele também descrevia seus sons: “O roteiro de Deus nas serras dos Gerais […]. E lá é cimo alto: pintassilgo gosta daquelas friagens. Cantam que sim” (Rosa, 1986, p. 323-324) (Fig. 10).
E você? Quais pássaros você pode ver ou ouvir, neste exato momento? Por aqui, já é noite, e os quero-queros estão gritando lá fora!
Apesar de nosso texto ter chegado ao fim, você pode ter uma experiência mais sensorial e imersiva, acessando estes links:
- https://abrir.link/bNwYk: para ouvir os piados de um bando de pintassilgos, em uma conversa acalorada, de muitas vozes (vídeo gravado pelos autores deste ensaio, no distrito de Ferraria, em Campo Largo-PR).
- https://abrir.link/mMaWd: para ver a coletânea de todas as fotos mostradas neste ensaio, em um arquivo visual exclusivo e sem a interferência das palavras (fotos de Leonir Kobs compiladas em arquivo digital por Verônica Daniel Kobs).
REFERÊNCIAS
BLOCH, Pedro. João Guimarães Rosa: entrevistado por Pedro Bloch. Manchete, n. 580, 15 jun. 1963.
CYPRIANO, Fabio. Somos natureza. 30 out. 2020. Disponível em: <https://artebrasileiros.com.br/arte/seminario/ailton-krenak-naiara-tukano-antonio-nobre-falam-natureza-e-cultura-seminario-artebrasileiros/>. Acesso em: 28 mar. 2022.
GIFFORD, Terry. A Ecocrítica na mira da crítica atual. Terceira margem, n. 20, p. 244-261, jan.-jul. 2009.
KERN, Robert. Ecocriticism: What Is It Good For? Interdisciplinary Studies in Literature and Environment, v. 7, n. 1, p. 9-32, 2000.
MORTON, Timothy. Ecology Without Nature: Rethinking Environmental Aesthetics. Cambridge: Harvard University Press, 2009.
ROSA, João Guimarães. São Marcos. In: _____. Sagarana. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984, p. 239-268.
ROSA, João Guimarães. Grande sertão: veredas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1986.
ROSA, João Guimarães. A boiada. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2011.
SACKS, Oliver. Darwin e o significado das flores. Jan. 2009. Disponível em: <https://piaui.folha.uol.com.br/materia/darwin-e-o-significado-das-flores/>. Acesso em: 28 mar. 2022.
SILVA, Juremir Machado da. Entrevista com Ailton Krenak. 22 nov. 2020. Disponível em:
<https://www.correiodopovo.com.br/blogs/juremirmachado/entrevista-com-ailton-krenak-1.52476 3>. Acesso em: 15 abr. 2022.
SLOVIC, Scott; YANG, Yingyu. Future of Ecocriticism: Strategicopenness and Sustainability. An Interview with Scott Slovic. Comparative Literature: East & West, v. 13, n. 1, p. 105-116, 2010.
SONTAG, Susan. Sobre fotografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.
STENGERS, Isabelle. No tempo das catástrofes. Resistir à barbárie que se aproxima. São Paulo: Cosac & Naify, 2015.
URSI, Suzana et al. Ensino de botânica: conhecimento e encantamento na educação científica. Estudos avançados, n. 32(94), p. 7-24, 2018.
————————–
Notas de fim:
[1] Os nomes dos pássaros foram mantidos, obedecendo ao critério usado por Guimarães Rosa em suas obras. Dessa forma, não serão citados os nomes científicos, mas os termos populares, mais adequados ao regionalismo e à oralidade que caracterizam a literatura do autor. Além disso, na época em que os textos citados neste ensaio foram escritos, não havia a preocupação que temos hoje, de renomear algumas espécies para evitar o preconceito.
[2] A frase “Doutor não, vaqueiro Rosa” foi dita por Zito, vaqueiro, poeta e companheiro de Guimarães Rosa, na expedição que cruzou o sertão mineiro, no início dos anos 1950.
SOBRE O COAUTOR:
Leonir Kobs: Fotógrafo de natureza. @leonirkobs @kobsleonir