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Características da linguagem acadêmica

No dia a dia, dominar uma língua significa saber utilizar os diferentes tipos de linguagens, dependendo do objetivo, do veículo de comunicação e do público-alvo.

No dia a dia, dominar uma língua significa saber utilizar os diferentes tipos de linguagens, dependendo do objetivo, do veículo de comunicação e do público-alvo. Sendo assim, hoje trataremos de uma modalidade específica: o texto acadêmico. Nesse âmbito, estão incluídos o estudo, a pesquisa e o contexto profissional, dependendo da área de atuação. Existem vários formatos de textos acadêmicos. O mais geral é o artigo científico, que atende às diversas esferas de conhecimento e que pode ser escrito e publicado por qualquer profissional, sobretudo por aquele com perfil de pesquisador. Quanto às outras modalidades, a distinção se dá pelo nível de ensino, conforme a lista a seguir: trabalho de conclusão de curso — ou TCC (na graduação); monografia (na especialização); dissertação (no mestrado); e tese (no doutorado). Devido a essa correspondência, é incorreto usarmos “dissertação de mestrado”, por exemplo, pois isso configura redundância.

Sabemos que, para a escrita de textos acadêmicos, existem várias normas de formatação. Apesar de essa regulação ficar sob a responsabilidade da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), as revistas científicas e as instituições de ensino quase sempre fazem uso de orientações personalizadas (que se baseiam nas regras da ABNT, mas que têm alguns diferenciais), confeccionando manuais próprios. A formatação é um aspecto bem detalhado do texto, que dá muito trabalho ao pesquisador/autor, mas que precisa obedecer àquilo que é estabelecido pela revista ou instituição que irá avaliar o texto.

No que diz respeito à linguagem, alguns itens são de grande ajuda, já que constituem a base do texto acadêmico. Para começarmos nossa retomada, vale a pena destacarmos que o título deve ser claro e não muito longo. O resumo, em geral, deve apresentar o objetivo do trabalho, o objeto ou tema de análise, os resultados alcançados ou esperados e o referencial teórico utilizado. Outro cuidado fundamental é evitar as repetições. Desse modo, não convém copiar e colar partes do resumo para reaproveitá-las na introdução ou na conclusão. Apesar de esses três blocos do trabalho estarem relacionados de alguma forma, cada um deles tem uma função específica.

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Sendo assim, depois do resumo, na introdução, é hora de detalhar o tema (usando um ou dois parágrafos) e de apresentar as partes que vão compor o trabalho (ou seja: os itens do desenvolvimento propriamente dito). Já, na conclusão, devemos realçar os resultados da pesquisa e, quando possível, sugerir temas de aprofundamento, para estudos posteriores.

Características da linguagem acadêmica

Partindo para o desenvolvimento, que é o eixo do texto, sugere-se uma estrutura que abranja pelo menos dois blocos, para que a leitura não fique pesada, nem cansativa demais. Aliás, é nesse ponto do trabalho que a linguagem deve ser mais cuidada, observando: 1) a correção gramatical, considerando, inclusive, as normas do novo acordo ortográfico; 2) o registro (formal, sempre, mas sem excessos); 3) outras questões de estrutura; e 4) a argumentação.

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Quanto ao primeiro quesito, não há segredo. Basta procurarmos bons materiais de consulta, como gramáticas, dicionários, conversores on-line, etc. No segundo item, devemos evitar coloquialismos e marcas do chamado internetês. Além disso, o ideal é privilegiarmos períodos de tamanho médio, sempre marcados pelo uso de conjunções ou outros conectivos, para garantirmos a fluidez do texto e a progressividade da análise. Por fim, é importante definirmos o uso dos verbos, que podem assumir a forma neutra, da terceira pessoa do singular (“Constata-se que…”), ou adquirir uma conotação mais pessoal (“Constatamos que…”). Sem dúvida, o uso da neutralidade vai ao encontro da linguagem acadêmica tradicional. Em contrapartida, o uso da pessoalidade é mais contemporâneo, além de possibilitar maior proximidade entre autor e leitor, pelo efeito de inclusão que provoca (razão pela qual a gramática caracteriza o uso da primeira pessoa do plural como plural majestático). Contudo, sempre é bom destacar que é possível escrevermos: “Constatamos que…”, mas sem que o pronome nós apareça explicitamente, no período. Portanto, nunca devemos utilizar: “Nós constatamos que…”. A diferença parece mínima, mas é determinante na linguagem acadêmica, figurando como uma espécie de etiqueta discursiva.

Quanto ao terceiro aspecto, o da estrutura, o recomendado é não abrir nem fechar partes do texto com citações ou figuras. A única citação permitida, na abertura de uma seção, é a epígrafe. A rigor, a linguagem do autor do trabalho serve moldura textual e, por isso, deve prevalecer sempre, abrangendo os trechos citados e as imagens, e se sobrepondo a eles, para organizá-los e também para comentá-los.

No quarto ponto, relativo à argumentação, o principal cuidado resume-se a evitar o acúmulo de citações. Claro que, em um texto acadêmico, é necessário comprovarmos assertivas com trechos retirados de obras de autores renomados, mas é preciso explicar por que aqueles excertos são importantes e como eles podem colaborar com a pesquisa apresentada. Dessa forma, a saída mais adequada é a alternância, entre as palavras do autor do texto (no caso, nós mesmos) e as vozes dos demais autores, que emprestamos na forma de citações. Nesse quesito, é bom irmos direto à fonte, sem privilegiarmos citações indiretas. Hoje, com a Internet, temos muitos recursos que facilitam as buscas por uma obra ou por um texto específico. Então, quando houver um autor fundamental, que tenha sido precursor em algum tema relativo ao nosso trabalho, devemos tentar ler e interpretar os conceitos dele em primeira mão, sem intermediários.

A linguagem acadêmica, assim como todas as outras, permite o exercício da expressão e da comunicação. Portanto, é importante, tanto na leitura como na escrita, avaliarmos cada detalhe, em busca do aprimoramento crítico, gramatical e linguístico.

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