Resistir e Sobreviver: Episódio 5 de The Last Of Us
Estreou ontem o episódio Resistir e Sobreviver, o 5º da série The Last Of Us, adaptação do jogo homônimo da Sony. Nós, como de costume, estamos analisando todos os episódios (leia o anterior clicando aqui), e vamos de texto neste sábado, excepcionalmente, visto que a série foi lançada ontem de noite, devido ao Super Bowl no domingo.
O principal propósito deste episódio, um dos melhores que vimos da primeira temporada, era estabelecer e cumprir o arco de Henry e Sam, algo semelhante ao que foi posto ao Bill e Frank, e de igual modo foi feito com maestria e muito melancolia.
Henry e Sam poderia enganar os desavisados com o desfecho do episódio anterior, mas são tão fugitivos e assustados quanto Joel e Ellie, que estão em Kansas City apenas de passagem. Henry carregando dentro de si as suas próprias dores e culpas, justifica a sua abordagem aos nossos protagonistas como um sinal único de boa fé, visto que eles não atirariam e nem poderia. Henry confessa a Joel que nunca matou ninguém, entretanto mais tarde saberemos que já o fez, por um grande propósito, salvar o seu irmão.
Cumpre-se um acordo de paz entre os 4 procurados e Henry tem o plano “infalível” para escapar da cidade sem que isso leve-os direto às estradas, onde estão os vagalumes. É pelos caminhos subterrâneos da cidade, nos túneis, que Joel aceita tomar a dianteira do grupo para defendê-los de quaisquer ameaças, e essas estão postas: não existem infectados nas ruas pois eles foram colocados há 15 anos no sub-solo da cidade, pela Fedra, e é por esse motivo que vimos, no último episódio, o chão borbulhando, em uma demonstração da iminência do caos.
O plano parecia perfeito e o seu início transcorre com naturalidade e um pequeno instante de alegria. Pela primeira vez vemos sorrisos espontâneos de crianças, alegres com os mais simples brinquedos. Henry ainda confessa: “tem muito tempo que eu não escuto isso”. Ellie se aproxima de Sam de uma maneira especial e pela primeira vez se vê com alguém de faixa etária aproximada e sem qualquer barreira para se relacionar com ela.
Mínimos instantes juntos em uma escola dos túneis, jogando futebol, contando histórias. Entre elas, a história principal de suas vidas: Resistir e Sobreviver. Ali estão 4 seres humanos em um mundo pós-apocalíptico, diante de seus traumas, erros, anjos e demônios. Resistindo e tentando a todo o tempo sobreviver.
Mas é ali, no meio do caminho, que eles são pegos de surpresa por um atirador. Uma emboscada perfeita dos vagalumes para parar os nossos andarilhos. Joel assume o papel de ir caçar e se livrar do atirador, o que é bem sucedido. Mas ao ser surpreendido com a notícia da chegada dos vagalumes, pelo rádio, não consegue avisá-los a tempo.
Estão ali todos eles frente a frente com um inimigo perigoso, os vagalumes. Que não querem apenas deter Henry e Sam, mas também tem em Joel e Ellie como adversários. Com alguma negociação, Henry se prepara para entregar-se, mas não dá tempo nem disso acontecer. Todos ali presentes, mesmo inimigos, são surpreendidos por um mal maior. O apocalipse submergindo. Os infectados como que se saíssem do verdadeiro inferno toma todo aquele lugar e vemos um verdadeiro combate entre mortos e vivos. Alguns mais mortos do que outros, pois vimos pela primeira vez o Baiacu. (Entenda a diferença entre os “zumbis” da série)
BAIACU, GRANDÃO E SEM MEDO
— The Last of Us Brasil (@TheLastOfUsBR) February 11, 2023
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É do alto que Joel faz de tudo para proteger Ellie, tentando limpar o seu caminho. E após o perigo enorme da morte de todo o grupo eles, mais uma vez, resistem e sobrevivem. Mas não sem sequelas. É no hotel, local onde eles irão se refugiar até no dia seguinte todos caminharem em direção ao Oeste, a convite do Joel, que Sam confessa a Ellie que foi mordido. Ali estão duas crianças confessando os seus medos e receios. O da Ellie de ficar sozinha. O do Sam de se transformar em um monstro, mas ainda ser ele em seu íntimo.
Uma destino quase que sem volta, embora Ellie demonstre o seu mais puro afeto, em uma das cenas mais bonitas de The Last Of Us até agora. Ela tenta passar o seu sangue na ferida do menino e promete ficar com ele, durante toda a noite. Ledo engano!
Ao amanhecer Ellie encontra Sam ali, sentado e quieto. Ao toca-lo entende que está diante de uma criatura que não o atacou antes. Seria Sam vivendo diante do monstro que se tornara. Quando o Sam infectado finalmente vai para cima de Ellie é que o desastre acontece. Joel precisa proteger a sua companheira e Henry, quase que em um impulso, acaba com tudo.
E de fato tudo está acabado. Henry não poderia viver com mais aquele trauma de ter acabado com a vida de alguém, e desiste de viver com essa dor. Voltamos a ter novamente Joel e Ellie, sozinhos, com mais uma perda importante. A construção de afeto e a dor da partida nesse episódio mostra por completo um arco importante de Henry e Sam. Ellie, resoluta embora arrependida, só pode se despedir do seu amigo Sam com um último “Me desculpe!”.
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