[Hora do Enem] Normas de concordância e uso dos porquês

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Regras específicas de concordância verbal

Há expressões, em nossa língua, que dão ideia de plural, mas que são inseridas, no texto, por meio de intercalações. Alguns exemplos são: “junto com”, “somado a”, “em parceria com”, etc. Nesse processo, o uso das vírgulas é fundamental, pois esse sinal de pontuação garante o isolamento da expressão, exigindo, portanto, a concordância verbal com o sujeito, apenas. Nos exemplos abaixo, o sujeito e o verbo que concorda com ele aparecem em destaque:

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As empresas, junto com os funcionários, promovem a sustentabilidade.
O empréstimo, somado às doações, será de grande ajuda.
A associação, em parceria com o órgão federal, avalia a proposta.

Observando os períodos acima, verifica-se que o verbo continua a informação começada pelo sujeito, razão pela qual esses dois elementos concordam. Para checar se a concordância verbal está correta, basta eliminar as vírgulas e o que está entre elas. Se a emenda tiver coerência e sentido completo, o período foi escrito corretamente:

– As empresas, junto com os funcionários, promovem a sustentabilidade. (= As empresas promovem a sustentabilidade. > O. k.)
– O empréstimo, somado às doações, será de grande ajuda. (= O empréstimo será de grande ajuda. > O. k.)
– A associação, em parceria com o órgão federal, avalia a proposta. (=A associação avalia a proposta. > O. k.)

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Concordância verbal − Partitivo

Na língua portuguesa, quando há partitivos (ou seja: expressões que indicam a divisão de um conjunto em duas partes ou mais), o verbo deve concordar com o partitivo, e não com o substantivo que é dividido:

A maioria das pessoas prefere livros impressos a eletrônicos.
(O verbo “prefere” é usado no singular, pois deve concordar com o partitivo “a maioria”, também no singular. Sendo assim, é irrelevante o plural do substantivo “pessoas”.)

Grande parte dos eleitores votou no segundo turno.
(“Votou” deve permanecer no singular, para concordar com o partitivo “grande parte”.)

A minoria dos cantores compõe a própria música.
(Como o partitivo “a minoria” está no singular, o verbo “compõe” também aparece no singular.)

Flexão do infinitivo
Sobre a flexão do infinitivo, seguem alguns exemplos comentados:

– “Para eles fazer o treinamento parece fácil.”
Nesse exemplo, o verbo não se flexiona, pois faz parte do sujeito (“Fazer o treinamento” é o sujeito e pode ser substituído por “Isso”).

– “Escrever bem é fundamental para eles tirarem boa nota.”
Como no exemplo anterior, aqui o primeiro verbo também não se flexiona, porque faz parte do sujeito (“Escrever bem” é o sujeito e pode ser substituído por “Isso”). Na segunda parte do período, porém, há um novo sujeito, que, dessa vez, não é verbo. Em “… para eles tirarem boa nota”, o sujeito é “eles” e, por isso, o verbo irá concordar com o sujeito, sendo flexionado no plural.

– “Para elas conseguirem a informação precisam ter bons contatos.”
Nesse último exemplo, a primeira parte do período segue a regra que já foi aplicada acima. Em “Para elas conseguirem a informação…”, o sujeito é “elas” e, por isso, o verbo irá concordar com o sujeito, sendo flexionado no plural. Já na segunda parte, o verbo “ter” forma uma locução verbal com “precisam”. Sendo assim, apenas pelo fato de existir uma locução verbal, a regra gramatical exige que, nesses casos, apenas o primeiro verbo se flexione. O segundo verbo, ao contrário, não sofre nenhuma alteração. Seguem, abaixo, outros exemplos de flexão de verbos, em locuções verbais:

Ele parece conhecer… > Eles parecem conhecer…
Ela está escrevendo… > Elas estão escrevendo…
Eu gosto de ler. > Nós gostamos de ler.

Uso dos porquês

• Porque: Explicação. Geralmente é usado em respostas ou afirmações: Faltou ao trabalho, porque estava doente.
• Porquê: Tem função de substantivo, vem sempre precedido de artigo definido e pode ser trocado pela palavra “motivo”: Ele não sabia definir o porquê da confusão.
• Por que: Usado no início de perguntas ou em períodos que usam ponto final. Subentende a palavra “razão” ou “ motivo” (por que (razão)): Por que ele faltou hoje? / Não sabiam por que ele tinha faltado ao trabalho.
• Por quê: Usado no final de perguntas ou em períodos que usam ponto final. Subentende a palavra “razão” ou “motivo” (por que (razão)): Ele faltou hoje por quê? / Sabiam que ele tinha faltado ao trabalho, mas não sabiam explicar por quê.

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